sexta-feira, 4 de março de 2016

Hinário Clássico

Hino Homérico XVIII - A Hermes
Canto ao Hermes Cileno, o assassino de Argus, senhor de Cilene e da Arcádia rica em rebanhos, o que traz a sorte, mensageiro dos deuses imortais. Ele nasceu de Maia, a filha de Atlas, quando ela esteve com Zeus, -- uma tímida deusa ela. Sempre ela evitou o tropel dos deuses abençoados e viveu em uma caverna sombria, e lá o Filho de Cronos costumava se deitar com a ninfa de ricos cachinhos à calada da noite, enquanto a Hera de braços brancos caía em um suave sono: e nem um deus imortal e nem um homem mortal sabiam disso. E então te saúdo, Filho de Zeus e Maia; contigo eu comecei: agora me voltarei a outra canção! Saúdo-te, Hermes, doador das graças, guia e doador das boas coisas!
(tradução de Alexandra Nikasios)

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Hino Homérico XVIII: A Hermes
Hermes celebro, Cilênio Argicida
De Cilene guardião e Arcádia de mil rebanhos
núncio de imortais próvido que Maia
filha de Atlas a Zeus em amor unida venerável
engendrou: de venturosos Deuses evita companhia
habitando antro umbroso, onde Cronida
à ninfa de belas tranças unia-se no apogeu da noite
enquanto doce sono tinha à Hera bracinívea,
oculto a Deuses imortais e homens mortais.
[Assim saúdo-te, Filho de Zeus e Maia
Ao principiar por ti, passarei a outro hino.]
Salve, Hermes caridoso Mensageiro dador de bens.
(tradução de Rafael Brunhara)

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Hino Órfico a Hermes XXVII
HERMES, aproxime-se e ouça minha prece com bondade,
Arauto de Zeus e Maia, de divina procedência
Conhecedor de competições, regente da humanidade,
Em seu coração só poder, e na mente prudência.
Mensageiro Celestial, de habilidades variadas,
Cujas artes mataram a Argus, aquele que é sempre alerta,
Através do ar caminha, com suas sandálias aladas,
Oh, amigo dos homens, e do discurso, o grande profeta
Aquele que apóia a vida, a ti a alegria pertence
assim como as artes, a ginástica e a fraude divina
Que com o poder da linguagem o homem convence
Que é fonte de todo lucro e protege os amantes da jogatina
Cuja mão segura seu brilhante cajado
abençoado deus de providência e abundância
De várias línguas, cujo auxílio é sempre encontrado
Que diante das necessidades mostra sua benevolência
Que os homens reverenciam, aquele que torna a palavra uma arma
Esteja presente, Hermes, e escute a meu chamado
Ajude minha obra, e conclua minha vida com paz de alma
um espírito dotado de memória e de palavras escolhidas.
(Tradução de  Antonio Jr. )

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Hino homérico IV a Hermes:

1. Nascimento
Cantai, ó Musa, a Mercúrio, progênie de Zeus e de Maia,
De Cilene Senhor, rei da Arcádia abundante em rebanhos,
Benfeitor, mensageiro dos deuses, nascido de Maia,
A de belos cabelos, unida em amor a Zeus Crônio,
Veneranda. Ela, ausente da turma dos deuses beatos,
Numa umbrosa caverna morava, onde o filho de Cronos
Misturava-se à ninfa de belos cabelos, noite alta,
Quando o sono ocupava a divina de cândidos braços,
Hera, oculto dos deuses do Olimpo e dos homens mortais.
Quando o tempo chegou de cumprir-se a vontade de Zeus,
Já passados dez meses ao longo do tempo no céu,
fez a luz revelar que façanhas ilustres fizera!
E eis que um filho nasceu industrioso, em mil treitas esperto,
Predador, condutor de rebanhos, ministro dos sonhos,
Espreitante da noite, vigia das portas, que iria ostentar
os seus ínclitos fastos aos deuses eternos beatos.
Matutino, já no meio-dia tocava da cítara,
E, de noite, o rebanho roubava de Apolo dardeiro.
E depois que dos flancos da madre surgiu imortais
Muito tempo no berço sagrado ele não ficaria.
E em busca das vacas de Apolo, imediato transpôs
A portada de sua caverna de altíssimo teto.

2. Inventividade: invenção da cítara
Foi aí que encontrou um quelônio, que felicidade!
Hermes foi o primeiro a tornar instrumento um quelônio
Que encontrou sobre o sólio das portas em frente à caverna
A pastar ante a casa, no pasto, de grama florido,
Com seus passos morosos. O filho de Zeus, benfeitor,
Viu e riu e, em seguida, as seguintes palavras lhe disse:
"Um sinal muito caro, em verdade, não vou desprezar!
Salve, pois, cousa amável, ritmada, hetaíra das festa,
Que alegria te ver! De onde vem esse lindo brinquedo?
Carapaça tu és, tartaruga que vive nos montes!
Já te apanho e levo-te pra casa. Dar-te-ei serventia.
Desprezar-te não vou. O primeiro vou ser a quem serves!
Estar em casa é melhor, pois na rua se encontra a ruína!
Proteção contra o mal da magia decerto serias
Se vivente; se morta, no entanto, mui bem cantarás!

3.a-) Um lugar para o furto.
"Aqui vens, de impudência vestido? E eu agora pressinto
Que, nos laços que leva na cinta insolúveis e fortes,
brevemente este umbral passarás preso ao filho de Leto,
Te furtando do espaço entre montes e vales que roubas!
Mas qual nada! Teu pai te gerou para seres tormento
Para os homens mortais e também para os deuses eternos."
Então, Hermes esta hábil resposta à mamãe proferiu:
"Minha mãe, por que falas-me como se eu fosse um menino
Pequenino, a cabeça repleta de boas querências,
Timorato, um menino a ter medo das rusgas da mãe?
Bem agora! O que eu quero é me dar à melhor dentre as artes!
De só vez me bastar e bastar-te, não sós entre os deuses
Imortais, sem presentes e of´rendas, sem invocações,
E isolados pra sempre ficarmos, assim como queres.
Bem melhor é viver para sempre entre os deuses eternos
Muito rico, opulento, punjante, que em casa viver,
Em um antro sombrio! A respeito das honras eu bem
Delas mesmo cuidei de prover, como aquelas de Apolo.
Se a meu pai não preocupa que eu tenha, garanto que eu mesmo
Tentarei (sei que posso!) tornar-me rei dos bandidos!
Se o glorioso rebento de Leto pegar-me procura,
Eu farei com que causa maior aconteça de oposto,
Eu irei a Piton arrombar sua vasta morada:
Incontáveis e lindos tripés, caldeirões excelentes:
Pilharei seu tesouro, co'as peças de ferro esplendente,
Muitos ricos estofos! Já tudo verás, se quiseres."

3b-) Um lugar para a mentira.
"Ó tu, filho de Leto, por que esse discurso tão rude?
E aqui vires em casa a buscar tuas vacas agrestes
Nada vi, nada sei, nem ouvi dizer nada a ninguém,
Nem indícios mostrar, já que não valeriam de nada.
Um larápio de bois, homem forte, também não pareço.
Meu trabalho não é esse, outras cousas em vez, me interessam.
O meu sono interessa e interessa-me o leite materno,
Lãs dispostas em volta dos ombros e tépidos banhos.
Que não saiba ninguém, entretanto, a razão dessa rixa!
Grande espanto traria, decerto, entre os deuses eternos
Um bebê recém-nato a cruzar os portais da cancela
A aboiar rude gado; sem senso parece o que dizes.
Nasci ontem, meus pés são macios e a terra é mui dura.
Se quiseres u´a jura farei à cabeça do Pai.
Eu declaro: de modo nenhum poderei ser culpado
Não ter visto ninguém a roubar tuas vacas agrestes,
Quantas vacas que forem. Do assunto só sei por ouvir."
E, no enquanto falava, lançava brilhantes piscadas
Por debaixo dos olhos, fitando por todos os lados,
Suspirando profundo, qual fossem de tédio as palavras.

4- Hermes como guia
Conservando seus panos nos braços sem os descartar,
Então Zeus riu-se muito por ver o pequeno treteiro
A negar com tanta arte e destreza essa estória das vacas.
Em seguida ordenou aos dois filhos que, mentes concordes,
Dessem busca, Mercúrio na frente, entretanto, de guia,
A mostrar o lugar, apesar da malícia na mente,
Onde as vacas de largas cabeças houvera escondido.
Acenou co´a cabeça, e aceitou o glorioso Mercúrio.
Porque é fácil para Zeus, o porta-égide, impor obediência.

(Tradução de Jair Gramacho)

Epítetos de Hermes

Agetor - Guide de almas

Agonius ou Enagonius - referente ao papel de Hermes como oficiante de festivais solenes, como Agonius

Agoraea e Agoraeus- aos deuses que foram considerados os protetores das assembléias do povo, na ágora (?????) Como Hermes era o deus do comércio, este epíteto parece ter referência a ágora como o mercado; uma estátua de bronze de Hermes Agoraeus é mencionado como estando perto da ágora em Atenas por ambos Aristófanes e Demóstenes (3)

Argeiphontes- um radiante

Euskopos Argeiphontes, literalmente "o Matador de visão aguçada de Argos" - um nome dado a Hermes como um matador de Argos, um monstro de cem olhos, que ele matou.

Chthonius ou Chthonios ", da terra ou submundo" - provavelmente porque Hermes pode mover-se dentro e fora dos reinos Chthonic com facilidade. 

Hermes Trismegistus- "Três Vezes Grande Hermes" - uma combinação sincrética do deus grego Hermes e deus egípcio Thoth, bem como o autor da Tábua de Esmeralda e vários outros textos alquímicos antigos famosos.

Kriophoros - "o que carrega o carneiro", é uma figura que comemora o sacrifício solene de um carneiro.

Leucus- "branco" - um epíteto de Hermes na Beócia

Cyllenius ou Kullhnios- de Cilene, em referência ao seu local de nascimento ou templo no monte Cilene em Arcádia

Diaktoros Argeiphontes - o mensageiro radiante

Kratus Argeiphontes- de forte esplendor

Hermes Promakhos- Campeão

Logios - do discurso, conhecedor, de boas palavras

Aglaos - Esplêndido

Agoraios - do Mercado

Aipytos - de Aipytos

Akakesios - De Akakesion

Angelos - Mensageiro 

Agreiphontes - Assassino de Argos

Bouphonos - matador de bois

Dioktoros - Mensageiro dos deuses

Dolios - astuto

Enagonios - dos jogos

Enodios - da estrada

Epimelios - guardador dos rebanhos

Eriounios - portador da sorte

Euangelos - o que traz as notícias,  portador das boas novas

Euskopos - observador

Gumnasiarkhos - Líder do Ginásio

Hermeneutes - Intérprete

Kerdoos - dos lucros, lucrativo

Kerukes - arauto

Kharmophron - encantador de corações, de coração encantado

Khthonios - da terra, ctônico

Khrysorrhapis - do caduceu dourado

Klepsiphron - enganador

Kourotrophos - Protetor da Juventude

Krateros - Poderoso

Maiados huios - filho de Maia

Mekhaniotes - Trickster, brincalhão, enganador

Nomios - Protetor dos rebanhos

Oiopolos - pastor

Pantokrator - governante do mundo

Pheletes - ladrão, dos ladrões

Poikilometes - cheio de ardis

Poneomenos - comprometido, ocupado

Promakhos - campeãp

Propulaios - antes das portas

Psukhopompos - condutor de Almas

Takhus - rápido

Tetragonos - quadrado, do quatro, de quadro lados

Trikephalos - de três cabeças

Trismegestos - três vezes grande

Tukhon - portador da sorte